Dificuldade para engolir, azia, dor no peito e tosse seca são alguns dos sintomas causados pelo refluxo gastroesofágico, também conhecido como RGE.
Trata-se de uma doença digestiva caracterizada pelo retorno do alimento ingerido junto com o ácido gástrico ao esôfago, em vez de dar continuidade ao fluxo da digestão, resultando em dores e inflamações.
De acordo com um estudo feito a pedido da Federação Brasileira de Gastroenterologia, aproximadamente 12% da população brasileira — algo em torno de 22 milhões de pessoas — sofre do problema. Embora a incidência seja em pessoas com mais de 40 anos, em sua maioria homens; a doença também pode afetar jovens e adolescentes.
O que causa o refluxo?
A causa mais comum do refluxo gastroesofágico é o enfraquecimento do esfíncter esofágico inferior, válvula muscular que mantém o estômago fechado, impedindo o retorno do conteúdo gástrico.
O enfraquecimento do esfíncter esofágico está ligado a uma série de fatores, como:
- genética;
- obesidade;
- sedentarismo;
- maus hábitos alimentares;
- alimentar e deitar-se em seguida;
- consumo bebidas alcoólicas e cafeína;
- gestação;
- tabagismo.
Em recém-nascidos e bebês, as causas do refluxo são o subdesenvolvimento do esfíncter esofágico ou o relaxamento dele.
A prevenção está na escolha dos alimentos
Para se prevenir do RGE, não há segredo. Basta evitar alguns alimentos que, além de provocarem o refluxo, podem causar outros danos à saúde.
A seguir, confira os tipos de alimentos que devem ser evitados:
- frituras;
- carnes vermelhas;
- cafeína;
- chocolate;
- pimenta;
- bebidas alcoólicas e gaseificadas;
- frutas cítricas;
- carboidratos simples.
Os alimentos mencionados contribuem para a lentidão da digestão, prolongando a permanência do alimento no estômago e elevando as chances de refluxo. Eles também aumentam a produção do suco gástrico e causam irritação na mucosa.
Por isso, é importante dar preferência a uma dieta que contenha alimentos como carnes magras, frutas, legumes, leite/derivados desnatados e produtos integrais.
Mas, além de evitar o consumo desses alimentos, é necessário ter outros cuidados, como alimentar-se a cada três horas, em menores quantidades, e evitar o consumo de líquidos durante a refeição, um erro bastante comum entre as pessoas.
Cuidados que vão além dos alimentos
Apesar de os alimentos serem os principais responsáveis pelo refluxo, existem alguns maus hábitos que também contribuem com a doença.
Deitar-se logo após terminar as refeições é um deles. O ideal é aguardar três horas, pois, quando um indivíduo se deita imediatamente após comer, o esfíncter terá dificuldades para se fechar, uma vez que o estômago se encontra cheio. Em relação ao tabagismo, a nicotina provoca o relaxamento do esôfago, deixando-o “frouxo”.
Outro costume que deve ser evitado, principalmente pelas mulheres, é o uso de roupas e cintos muito apertados.
Se a pessoa não buscar ajuda médica para tratar o refluxo, ela poderá sofrer complicações, tais como ulcerações, dismotricidade esofágica, estenose do esôfago, asma, bronquite e pneumonia.
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